O nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu 4,50 metros na manhã desta sexta-feira (3), continuando a subir após os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Esta marca representa a maior elevação desde a histórica enchente de 1941, quando o rio atingiu 4,76 metros. A cota de inundação na região do Cais Mauá é de 3 metros.
Os efeitos adversos do mau tempo resultaram em trinta e duas mortes, com 74 pessoas desaparecidas e 56 feridas. De acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil, cerca de 24,2 mil pessoas estão desabrigadas, sendo 7.165 em abrigos e 17.087 desalojadas. A tragédia afetou 235 dos 496 municípios do estado, impactando aproximadamente 351,6 mil pessoas.
As águas do Guaíba transbordaram, provocando alagamentos em várias vias, incluindo trechos da Orla Sul, além das avenidas Mauá e Conceição, principais acessos à capital. A estação hidrometeorológica instalada no Cais Mauá apresentou problemas na leitura, exigindo intervenção dos técnicos do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento, em conjunto com a Defesa Civil, para avaliar o nível do rio diretamente no local.
Por questões de segurança, o governo federal decidiu interditar o trânsito nas duas pontes sobre o Rio Guaíba. A recomendação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) é que as pessoas evitem deslocamentos para Porto Alegre.
A estação rodoviária da cidade também foi afetada pelas inundações, com 95% das viagens suspensas. No entanto, a gerência de operações assegura que os bilhetes já adquiridos permanecerão válidos, tranquilizando os passageiros.
O Sport Club Internacional anunciou o fechamento do Centro de Treinamento Parque Gigante, situado às margens do Guaíba, visando garantir a segurança de seus atletas e funcionários. Diante da gravidade da situação, a Prefeitura de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública e determinou o fechamento das comportas do sistema de proteção contra enchentes.