O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) decidiu suspender o júri dos acusados pela morte de Ana Beatriz Schelter, menina de 12 anos que foi violentada sexualmente e assassinada por esganadura em 2 de março de 2016, em Rio do Sul.
A decisão foi tomada pelo desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann, que deferiu um pedido de desaforamento da defesa de um dos réus. A defesa alegou que a ampla cobertura midiática do caso poderia comprometer a imparcialidade do júri. O julgamento estava previsto para 29 de outubro, mas agora será transferido para outra comarca da região, ainda não definida.
Segundo o TJSC, a repercussão na mídia, incluindo menções à vítima e aos acusados, gerou comoção social e pré-julgamento, e manifestações públicas pedindo a condenação dos réus reforçaram a necessidade da suspensão para garantir um julgamento justo.
Em resposta à decisão, familiares e amigos de Ana Beatriz organizaram uma passeata neste sábado (11), com concentração às 11h na Praça Ermembergo Pellizzetti, no Centro de Rio do Sul, seguindo até o Fórum da Comarca. O ato será pacífico, com cartazes e faixas pedindo justiça e celeridade no processo.
Relembre o caso
Ana Beatriz Schelter tinha 12 anos quando foi assassinada por esganadura e sofreu violência sexual. O corpo foi encontrado no dia seguinte, dentro de um baú de caminhão, em um terreno próximo à BR-470, na Barra da Itoupava. Uma corda estava ao redor do pescoço, em tentativa de simular suicídio.
Investigações da Polícia Civil revelaram que um dos acusados era próximo da família, frequentava a casa da menina e a mesma igreja dos pais. Dos três denunciados, apenas um permanece preso, aumentando a dor e a indignação da família.
A decisão do TJSC provocou reações divididas: enquanto alguns consideram a suspensão necessária para garantir um julgamento justo, outros criticam o adiamento como mais uma dificuldade para a busca por justiça.
Fonte: Jornais em Foco