O Candida auris, popularmente chamado de “superfungo”, é uma espécie de fungo resistente a diversos medicamentos, tornando-se uma grave ameaça à saúde pública mundial. Recentemente, três casos desse fungo foram confirmados no Brasil, em Minas Gerais, e outros 22 estão sob investigação, elevando as preocupações sobre sua disseminação e os desafios no tratamento.
O que é o Candida auris?
Descoberto pela primeira vez em 2009 no Japão, o Candida auris rapidamente ganhou atenção por sua capacidade de se espalhar em ambientes hospitalares e sua alta resistência a tratamentos antifúngicos convencionais. No Brasil, ele foi identificado pela primeira vez em 2020. O que o torna especialmente perigoso é a dificuldade em eliminá-lo tanto de superfícies inertes quanto de tecidos vivos, já que ele sobrevive em condições adversas, como temperaturas elevadas e ambientes com altos níveis de desinfetantes.
Por que é uma ameaça?
Além de ser resistente aos antifúngicos, o Candida auris se destaca por causar infecções graves, muitas vezes em pessoas já debilitadas por outras doenças. Uma vez que o fungo atinge a corrente sanguínea, ele pode se espalhar para diferentes órgãos, levando à chamada candidíase invasiva, que pode ser fatal. As taxas de mortalidade dessa infecção variam entre 29% e 53%, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Outro problema é que, por se alojar facilmente em equipamentos médicos e superfícies hospitalares, ele pode causar surtos difíceis de controlar em ambientes de saúde.
Sintomas e disseminação
Os sintomas causados pelo Candida auris não são fáceis de distinguir, pois frequentemente aparecem em pessoas já doentes. Os principais sinais incluem febre, tontura, dificuldade respiratória e alteração na pressão arterial, mas o diagnóstico é complexo. O fungo é comumente transmitido em hospitais, em pacientes que utilizam cateteres ou passaram por cirurgias, sendo capaz de se infiltrar por dispositivos médicos e permanecer no ambiente por longos períodos.
Desafios no tratamento
O tratamento do superfungo é desafiador e arriscado, pois as opções de medicamentos são limitadas. Quando disponíveis, muitas vezes são necessários dois ou mais antifúngicos combinados, o que pode gerar toxicidade nos pacientes. Além disso, as condições de saúde dos infectados geralmente já estão comprometidas, tornando o processo de recuperação mais complexo. Embora novas classes de antifúngicos tenham sido apresentadas em 2023, ainda não estão amplamente disponíveis.
A ameaça do Candida auris reside, portanto, não apenas em sua resistência a tratamentos, mas também em sua rápida adaptação e potencial de se espalhar em hospitais, afetando pacientes vulneráveis.
Fonte: ND+
Reprodução/CDC/ND