O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu denúncia contra 12 pessoas por suposta participação em um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos da saúde em Rio do Sul. Entre os denunciados estão as ex-secretárias municipais de Saúde, Roberta Hochleitner e Sueli Oliveira, além do médico e empresário Gregori Bertagnolli, apontado como líder da organização criminosa. A denúncia foi protocolada no dia 5 de setembro e aguarda análise do Judiciário.
Segundo o MPSC, os denunciados integrariam uma suposta organização criminosa que manipulava licitações, desviava recursos públicos e distribuía vantagens indevidas, com tarefas divididas em diferentes núcleos de atuação. O prejuízo estimado chega a R$ 11,3 milhões.
Suposto modus operandi
A denúncia descreve que os envolvidos teriam criado empresas em nome de terceiros, direcionado editais e manipulado processos de contratação pública. Parte dos contratos, segundo o MPSC, era superfaturada, e empresas favorecidas repassavam percentuais pré-definidos — em torno de 25% — a agentes públicos e intermediários. Recursos circulavam entre contas de empresas e pessoas físicas ligadas ao grupo, em suposta tentativa de ocultar a origem dos valores.
Principais nomes citados
- Gregori Fernando Bertagnolli – médico e empresário, apontado como líder e articulador do esquema.
- James Werner Heesch – empresário, acusado de operar empresas de fachada.
- Roberta Hochleitner e Sueli Oliveira – ex-secretárias de Saúde, acusadas de direcionar contratos e autorizar processos licitatórios.
- Outros envolvidos – Eládio Ramos, Claudete Hoepers, Carina Buzzi, Jelton da Silva, Almir Abud de Moraes, Saulo José Elias, Josiane Carlesso e Morgana Rieg, ligados à gestão financeira, constituição de empresas de fachada e movimentação de contratos.
Supostos repasses de dinheiro
Entre as evidências, o MPSC cita a apreensão de R$ 7 mil em espécie com a vereadora Sueli Oliveira em novembro de 2024, que teria recebido o valor do médico Gregori Bertagnolli um dia antes de operação policial.
Etapa judicial
O caso é classificado pelo Ministério Público como de alta complexidade. Se a denúncia for aceita pelo Judiciário, os réus poderão responder pelos crimes de organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Defesa das ex-secretárias
A defesa de Roberta Hochleitner e Sueli Oliveira divulgou nota negando veementemente qualquer participação nos supostos crimes e afirmou que prestará esclarecimentos à Justiça após intimação oficial, confiando na atuação do Poder Judiciário.
Fonte: Portal GCD