Nesta quarta-feira (26/6/2024), o mercado financeiro experimentou um dia de forte tensão, com o dólar atingindo o valor mais alto desde janeiro de 2022. O aumento da moeda norte-americana beneficiou as ações de empresas exportadoras, resultando em uma leve alta na bolsa de valores.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,519, registrando uma alta de R$ 0,065 (+1,2%). A moeda manteve-se em alta durante toda a sessão, atingindo o pico de R$ 5,52 às 16h.
Esse desempenho fez com que o dólar atingisse seu maior valor desde 18 de janeiro de 2022, quando fechou a R$ 5,56. No acumulado de junho, a moeda subiu 5,14% e, em 2024, já registra uma alta de 13,72%.
No mercado de ações, o dia foi marcado por uma significativa volatilidade. Apesar de operar em baixa durante grande parte do dia, o índice Ibovespa da B3 fechou em alta de 0,3%, aos 122.701 pontos. Na semana, o indicador acumula uma alta de 1,07%.
A sessão foi impactada por turbulências internas e externas. Internacionalmente, o aumento das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano impulsionou a cotação do dólar globalmente. Juros elevados em economias avançadas geralmente provocam a saída de capitais de países emergentes, como o Brasil.
No cenário interno, vários fatores contribuíram para a instabilidade. Em entrevista ao Portal UOL, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o plano de ajuste fiscal priorizará o aumento da arrecadação em detrimento de cortes de gastos, o que não agradou o mercado financeiro.
Além disso, a divulgação de um déficit primário de R$ 61 bilhões em maio, devido à antecipação do décimo terceiro salário da Previdência Social, contribuiu para o clima negativo. Esse resultado superou as previsões do Prisma Fiscal, pesquisa do Ministério da Fazenda com instituições financeiras, que esperavam um déficit de R$ 38,5 bilhões nas contas públicas.