A cobertura vacinal contra a poliomielite em Santa Catarina está abaixo de 50%, conforme um levantamento recente realizado pelo Ministério Público e pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). A poliomielite, uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças de até cinco anos e pode causar paralisia, foi erradicada no Brasil há 30 anos devido à vacinação em massa. No entanto, o baixo índice de imunização atual levanta preocupações sobre a possibilidade de retorno da doença.
Durante a última campanha de vacinação, realizada entre 27 de maio e 14 de junho, foram administradas 15.264 vacinas injetáveis para crianças menores de um ano e 168.633 vacinas orais para crianças de um a quatro anos. A cobertura vacinal para a vacina oral alcançou apenas 43,43% do público-alvo, bem abaixo da meta recomendada de 95%.
Douglas Roberto Martins, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC, expressou preocupação com os números e sugeriu que as Promotorias de Justiça avaliem a quantidade de doses aplicadas e o percentual de cobertura em cada Gerência Regional de Saúde e município. A análise poderá identificar possíveis falhas na campanha de vacinação e na atuação do poder público.
Enquanto algumas cidades menores, como Santiago do Sul, Barra Bonita e Presidente Castello Branco, superaram a meta de imunização, grandes centros urbanos enfrentaram desafios significativos. Joinville, a cidade mais populosa do estado, alcançou apenas 20% da cobertura vacinal. Florianópolis e Blumenau, com populações significativas, atingiram 17% e 24%, respectivamente. O pior desempenho foi registrado em Lages, com apenas 13% de cobertura vacinal.