A construção de um calçadão na praia Central de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, resultará em uma redução de 15 metros na faixa de areia, que foi alargada de 25 para 70 metros em 2021. O projeto, fruto de uma parceria entre a prefeitura e construtoras, contempla a instalação de quiosques, ciclofaixa e áreas de lazer ao longo de aproximadamente 6,6 quilômetros de orla.
Segundo informações da prefeitura, o calçadão já estava previsto no projeto de alargamento da faixa de areia e recebeu a aprovação do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina. Contudo, especialistas alertam que o alargamento da faixa de areia pode ter um prazo de validade, gerando danos à biodiversidade marinha nos próximos anos, como a formação de “degraus” na areia devido ao avanço do mar.
Uma lei municipal estabelece que construtoras devem investir em projetos nas áreas adjacentes aos edifícios que constroem, através de uma operação urbana consorciada. Para minimizar os impactos ambientais, o IMA exigiu o plantio de árvores costeiras ao longo da praia.
A orla revitalizada será dividida em 18 trechos, com a manutenção sob responsabilidade da prefeitura. O projeto, assinado pelo arquiteto Índio da Costa, já teve seu primeiro trecho, com 230 metros de área revitalizada, em fase final de construção. O custo desse trecho é de R$ 13,6 milhões, investidos como contrapartida à construção de dois edifícios na região.
A obra gerou controvérsias entre moradores, ambientalistas e políticos. Enquanto alguns elogiam a nova estrutura nas redes sociais, outros criticam a falta de transparência do projeto, como o vereador Eduardo Zanatta (PT), que afirmou que não houve apresentação do projeto à Câmara de Vereadores e considera que a obra é problemática por introduzir concreto sobre a areia.
Além disso, a prefeitura ressaltou que o primeiro trecho do calçadão serve como um projeto-piloto para que a população possa avaliar a obra e sugerir melhorias para as próximas etapas de execução.
Fonte: GZH
Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú / Divulgação