O governo de Santa Catarina reconheceu falhas graves na barragem de Ituporanga, uma das três responsáveis pelo controle de enchentes no Vale do Itajaí. Um documento divulgado esta semana, em conjunto com um edital de licitação para reforma, descreve a “situação crítica” da estrutura e a necessidade urgente de obras para restaurar seu pleno funcionamento.
Desde 2021, o Estado enfrenta dificuldades para resolver as falhas detectadas, e agora o Ministério Público (MPSC) exige que as obras comecem até o fim de setembro. No entanto, o prazo é considerado inviável, uma vez que a abertura das propostas das empresas interessadas está marcada para 7 de outubro, seguida pelas etapas de análise e recursos. Caso o prazo não seja cumprido, o governo pode enfrentar uma multa diária de R$ 100 mil.
O edital estima que a reforma completa da barragem, que inclui a substituição das cinco comportas, custará R$ 25,3 milhões, a serem financiados integralmente pelo governo estadual. Apesar das preocupações, a Secretaria de Estado da Defesa Civil assegura que a estrutura está sendo constantemente monitorada e afirma que a barragem ainda é segura, embora apresente problemas significativos.
Problemas Identificados
A barragem de Ituporanga, em operação desde 1976, nunca passou por uma reforma efetiva. Em 2022, foi revelado que a comporta C4 apresentava dificuldades operacionais. No ano passado, problemas semelhantes foram identificados na comporta C5. O documento recente aponta que ambas as comportas estão inoperantes, comprometendo a funcionalidade e a segurança da barragem.
A Defesa Civil relatou que as fortes chuvas de outubro e novembro de 2023 exacerbaram danos existentes na comporta C4, resultando na inundação da sala das comportas e danos extensos aos equipamentos e sistemas elétricos. Atualmente, a barragem opera apenas com três das cinco comportas, e as comportas C4 e C5 estão com danos significativos que podem levar a uma falha catastrófica na estrutura.
Plano de Reforma
A reforma da barragem de Ituporanga inclui diversas ações estruturais e técnicas, com um prazo de execução de 330 dias a partir da ordem de serviço. O edital de licitação detalha medidas como:
• Limpeza e remoção de detritos das galerias das comportas C1 a C5.
• Estancamento das galerias para permitir trabalho interno.
• Inspeção e recuperação estrutural das galerias de drenagem.
• Reparos nas estruturas em concreto armado e substituição de blindagens deterioradas.
• Construção de abrigos e instalação de sistemas de automação e controle remoto.
Para ilustrar a gravidade dos problemas enfrentados, serão incluídas fotos de uma situação similar ocorrida na barragem de Taió, que também sofreu falhas graves.
Barragem apresenta problemas estruturais
(Foto: Reprodução)
Fonte: Nsc