Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Braga Netto (PL) e outras 35 pessoas sob suspeita de envolvimento em crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
O relatório da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), detalhando as suspeitas com base em mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos e documentos apreendidos, incluindo a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Entre as evidências está uma minuta de decreto golpista que previa a decretação de “Estado de sítio” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A PF também destacou a estruturação de núcleos com funções específicas na trama, como a divulgação de desinformação, a incitação de militares, a coordenação jurídica e o planejamento operacional das ações. Diálogos recuperados indicam que Bolsonaro teria apresentado a minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas, encontrando apoio apenas do então comandante da Marinha, Almir Garnier, que preferiu se manter em silêncio durante interrogatório.
Um ponto alarmante revelado na investigação foi a existência de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O projeto foi encontrado em um HD do general da reserva Mario Fernandes, preso durante a operação da PF.
O relatório agora será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia contra os envolvidos. A expectativa é que o procurador-geral Paulo Gonet analise o caso no próximo ano, dada a complexidade e o volume de provas coletadas. Este é o primeiro indiciamento de um presidente eleito no período democrático por suspeita de conspirar contra o Estado de Direito no Brasil.
Fonte: Uol Notícias
Foto: Alan Santos