Corpo de Juliana Marins, de 26 anos, foi localizado após quatro dias de buscas no Monte Rinjani
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que estava desaparecida desde sexta-feira (20) após sofrer uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta. A informação foi confirmada pela família nas redes sociais, pelo Itamaraty e pelas autoridades locais.
O corpo foi localizado após quatro dias de intensas buscas realizadas por equipes de resgate da Agência Nacional de Busca e Salvamento da Indonésia (Basarnas). De acordo com os socorristas, Juliana estava presa a cerca de 650 metros de profundidade, em uma região de acesso extremamente difícil.
A confirmação da morte veio horas depois de o governo local informar que ela estava em “estado terminal”. Segundo os socorristas, o corpo foi alcançado por volta das 18h31 no horário local (7h31 no horário de Brasília). No entanto, as operações de retirada precisaram ser interrompidas devido ao mau tempo e devem ser retomadas assim que as condições climáticas melhorem.
As equipes de resgate montaram um acampamento na região e planejam retomar os trabalhos utilizando o método vertical de içamento com cordas, já que o uso de helicópteros não foi possível por conta da intensa neblina que atinge o local.
O governo brasileiro lamentou a morte de Juliana e destacou que as operações foram dificultadas pelas condições adversas de clima, terreno e visibilidade.
O pai da jovem, Manoel Marins, está a caminho da Indonésia. Ele enfrentou dificuldades para embarcar devido ao fechamento de aeroportos no Oriente Médio, causado pelos recentes bombardeios na guerra entre Israel e Irã.
Nas redes sociais, familiares de Juliana agradeceram o apoio e as mensagens de solidariedade recebidas nos últimos dias. O perfil criado para divulgar informações sobre o resgate da jovem alcançou mais de 1,5 milhão de seguidores em apenas quatro dias.
Falta de segurança na trilha foi questionada
Após o acidente, a trilha onde Juliana caiu permaneceu aberta por três dias, segundo a administração do parque, que só decidiu interditar o local após pressão da repercussão internacional do caso.
De acordo com a Basarnas, o acidente aconteceu porque o acesso ao trecho é extremamente complicado e perigoso. A comunicação também é limitada na região, o que fez com que as pessoas que presenciaram a queda levassem cerca de oito horas até conseguirem avisar as autoridades.
Inicialmente, Juliana sobreviveu à queda, mesmo debilitada e sem conseguir se mover. Três horas após o acidente, ela foi encontrada por um grupo de turistas espanhóis, que registraram fotos e vídeos para tentar auxiliar no resgate. A irmã da brasileira, Mariana Marins, acompanhou toda a situação à distância, recebendo atualizações dos estrangeiros.
O quadro de Juliana se agravou devido às condições climáticas, como a forte neblina e a alta umidade, que fizeram com que ela escorregasse ainda mais, ficando em um ponto de difícil acesso, próximo a um desfiladeiro.
A família também denunciou que a empresa de turismo que levou Juliana ao local teria mentido sobre o andamento do resgate, informando falsamente que ela já havia sido socorrida quando isso ainda não havia ocorrido.
Além disso, perfis falsos foram criados nas redes sociais tentando aplicar golpes em nome da família, pedindo dinheiro para supostos resgates. Os parentes reforçaram que não criaram nenhuma campanha de arrecadação.
Entenda o caso
Juliana Marins fazia um mochilão pela Ásia desde o fim de fevereiro. Durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, ela tropeçou e caiu em uma ribanceira, por volta de 300 metros abaixo da trilha. Depois, com o agravamento das condições, acabou deslizando ainda mais, ficando presa a cerca de 650 metros de profundidade.
O caso gerou grande comoção nas redes sociais e trouxe à tona a falta de estrutura e segurança no turismo de aventura em locais como o Rinjani, que é considerado o segundo maior vulcão da Indonésia.
Agora, a expectativa das autoridades é concluir a remoção do corpo assim que as condições climáticas permitirem.
Fonte: Uol Notícias
Fotos: Redes Sociais
