Nesta segunda-feira (4), o Brasil inicia uma nova era na vacinação contra a poliomielite, deixando para trás as tradicionais gotinhas. Agora, a imunização será realizada exclusivamente por meio da vacina inativada poliomielite (VIP), aplicada em doses injetáveis. A mudança segue orientações de órgãos de saúde internacionais, visando um esquema vacinal mais seguro e eficaz para crianças.
O novo calendário de vacinação estipula que a primeira dose seja aplicada aos 2 meses de idade, seguida por doses aos 4 e 6 meses, além de um reforço a partir dos 15 meses. A decisão, amplamente discutida na Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), contou com o aval do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), além do acompanhamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A substituição da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) pelo esquema injetável já é adotada em diversos países, como os Estados Unidos e nações europeias, e representa um passo importante para manter a erradicação da pólio no Brasil, que já dura 34 anos. Em 2023, a cobertura vacinal contra a poliomielite no país atingiu 86,55% do público-alvo, indicando um avanço em relação ao ano anterior.
Apesar da mudança, o personagem Zé Gotinha, símbolo da luta contra a pólio e outras doenças, seguirá como porta-voz em campanhas de vacinação. Criado nos anos 1980, ele é visto como um “aliado importante” do Ministério da Saúde na educação sobre imunização e combate à desinformação.
Fonte: ND+