Um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), em Munique, Alemanha, revela uma taxa alarmante de mortalidade global relacionada à Aids. Intitulado “A Urgência do Agora: A Aids em uma Encruzilhada”, o estudo destaca que, atualmente, uma pessoa morre a cada minuto devido a causas associadas à Aids.
O relatório revela que, dos 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, quase um quarto, ou 9,3 milhões, não têm acesso ao tratamento essencial. Esse déficit de acesso está contribuindo para uma taxa de mortalidade preocupante. Apesar dos avanços para erradicar a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030, o mundo está fora do caminho desejado.
Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, ressaltou a gravidade da situação, observando que quase metade das mortes relacionadas à Aids ocorrem entre crianças nascidas com HIV, principalmente na África Subsaariana. No ano passado, 76 mil crianças morreram devido à Aids. Além disso, as novas infecções por HIV em 2023 totalizaram 1,3 milhão, muito acima da meta global de menos de 370.000 novas infecções anuais estabelecida para 2025.
O relatório também destaca a desigualdade de gênero e o estigma como barreiras significativas para o acesso a serviços de prevenção e tratamento, afetando particularmente populações vulneráveis como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas injetáveis.
Além disso, o relatório aponta para uma redução no financiamento global para o HIV, com um déficit de US$ 9,5 bilhões em relação ao necessário até 2025, prejudicando o progresso e levando ao possível ressurgimento da epidemia em algumas regiões. Em 2023, os recursos disponíveis foram de US$ 19,8 bilhões, uma queda de 5% em relação ao ano anterior.
Winnie Byanyima concluiu com um apelo urgente para ação: “O caminho para acabar com a Aids é conhecido e foi prometido pelos líderes. Agora é uma escolha política e financeira decidir se essa promessa será cumprida. O momento de agir é agora.”
O relatório faz um chamado para medidas decisivas e investimentos adequados para atingir as metas globais e garantir uma resposta sustentável ao HIV, visando o fim da epidemia de Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030.