O vereador Éder Ceola (PSDB) se manifestou publicamente nas redes sociais nesta semana, demonstrando preocupação com a atuação da Polícia Rodoviária Estadual no município de Taió. Em sua publicação, que rapidamente repercutiu na cidade, o parlamentar afirmou que levará o tema à tribuna da Câmara de Vereadores na próxima sessão, cobrando explicações sobre a conduta dos agentes e o impacto direto das fiscalizações intensas no cotidiano da população.
“Atenção: abordagens exageradas! Nossa cidade é pequena, tranquila… Morador não é suspeito! Segurança sim, abuso não. Já estou cobrando as autoridades. Respeito com o cidadão é prioridade.”
Ceola adiantou que também deve protocolar um pedido formal de esclarecimentos, além de buscar diálogo com o comando da corporação. Para o vereador, a questão não é a fiscalização em si — considerada essencial —, mas a forma como ela vem sendo executada, causando desconforto, constrangimento e afetando a imagem da cidade.
Relembre o caso
Na última semana, o OBV.com.br publicou uma reportagem que gerou ampla repercussão ao trazer à tona o incômodo de moradores, comerciantes e visitantes em relação à forma como a Polícia Rodoviária Estadual tem atuado em Taió, principalmente na SC-114.
A reportagem destacou que a questão não é a existência da fiscalização, mas sim o excesso de abordagens, a imprevisibilidade das blitzes e a repetição constante de operações em curto espaço de tempo, muitas vezes em diferentes pontos da cidade no mesmo dia.
Em grupos de WhatsApp, mensagens como “Como tá a Guarita hoje?” ou “Mudaram de ponto?” tornaram-se rotina, revelando um clima de tensão e vigilância constante. O sentimento coletivo é de que os moradores locais passaram a ser tratados como suspeitos, mesmo sem qualquer justificativa aparente.
Histórico de tensão
O texto relembrou também a conhecida polêmica da “máfia do guincho”, que mobilizou a cidade e reuniu centenas de pessoas em frente à base da Polícia Rodoviária Estadual. A situação provocou manifestações de prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias e até do Comando Geral da corporação, além de repercussão na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), com pronunciamentos dos deputados estaduais Nilson Berlanda e Gerry Comper.
Apesar de mudanças pontuais desde então, como o fim do modelo anterior de remoção de veículos, o sentimento atual da população é de que os abusos persistem, agora sob nova roupagem: o excesso de abordagens, blitzes sucessivas e rigidez operacional em uma cidade com pouco mais de 17 mil habitantes.
Impacto direto na vida da cidade
Além de afetar o trânsito e gerar constrangimento em motoristas locais, comerciantes e promotores de eventos relatam prejuízos e queda no movimento. Festas tradicionais que antes movimentavam a economia regional deixaram de acontecer, esvaziadas pelo clima de receio gerado pela fiscalização considerada desproporcional.
O que a comunidade pede, segundo a reportagem, não é impunidade — é equilíbrio. É o direito de viver com segurança e tranquilidade, mas sem ser tratado como infrator em sua própria cidade.
A pergunta que não cala
Por que só Taió?
Isso realmente faz bem para a cidade?