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Famílias protestam após morte de detento com suspeita de meningite em Rio do Sul

Cerca de 20 pessoas participaram, na tarde deste sábado (12), de uma manifestação pacífica em frente ao Presídio Regional de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. O ato cobrou justiça pela morte de Yago Viturino, de 27 anos, que morreu após apresentar sintomas graves de meningite pneumocócica.

Com cartazes, discursos e orações, familiares e amigos de detentos denunciaram negligência médica e condições precárias dentro da unidade. A mãe de Yago, Laura Cristina Pereira dos Santos, afirmou que o filho passou dias pedindo socorro sem receber o devido atendimento. “É desumano deixar uma pessoa urrando de dor, sem remédio, até desmaiar e vomitar. Meu filho morreu sofrendo”, disse, emocionada.

Yago foi encontrado desacordado na cela na madrugada do último domingo (6) e levado ao hospital, onde morreu no dia seguinte. Segundo testemunhas, ele já apresentava dores intensas, vômitos e febre desde a quarta-feira anterior. Ainda conforme os relatos, ele teria recebido apenas paracetamol enviado pela própria família.

A esposa de Yago, Yara Foster Baumgarten, criticou a nota oficial divulgada pelo presídio, que segundo ela, não esclareceu as circunstâncias da morte. “Nos chamaram de mentirosas, mas nós só queremos a verdade. Isso não é fake news, é dor”, declarou.

Durante a manifestação, os familiares também relataram problemas como umidade excessiva nas celas, falta de medicamentos, atendimento médico insuficiente e não entrega de kits de inverno enviados pelo governo. “Muitos detentos estão com a imunidade baixa e recebem apenas dipirona. Teve mãe que levou cobertor e foi obrigada a cortar no meio”, afirmou Yara.

Outro ponto de preocupação é o risco de surto de meningite na unidade. De acordo com os familiares, ao menos dois casos suspeitos foram registrados recentemente. “Se é contagiosa, quem garante que outros não serão afetados? Isso precisa ser levado a sério”, alertou Laura.

A Secretaria de Estado da Justiça e Reintegração Social (Sejuri) confirmou a morte de um detento diagnosticado com meningite pneumocócica. Segundo o órgão, esse tipo da doença não é transmissível entre pessoas. O primeiro caso registrado havia sido de meningite meningocócica, considerada contagiosa, e que, segundo a pasta, foi controlado com medicação preventiva nos contatos diretos.

A direção do presídio afirmou que segue as orientações da Vigilância Epidemiológica do município e do Estado, e que todas as medidas preventivas foram tomadas desde o primeiro diagnóstico.

A manifestação terminou de forma pacífica. Familiares afirmam que novas mobilizações estão sendo organizadas. “Eles não são bichos. São seres humanos. Só queremos justiça e dignidade para quem está lá dentro”, concluiu Laura.

Foto e Fonte: Almir Marques / Rádio Mirador

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